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domingo, 22 de maio de 2016

1.1.1.1.2.1.1.2. Tipos de linfócitos.


1.1.1.1.2.1.1.2. Tipos de linfócitos.

Existem dois tipos principais de linfócitos no organismo, os linfócitos B, que são células imaturas produzidas na medula óssea e lançadas para a corrente sanguínea para produzir anticorpos contra bactérias, vírus e fungos, e os linfócitos T, que são produzidos na medula óssea, mas que depois são desenvolvidas no timo até se dividirem em três grupos:

Linfócitos CD4: ajudam os linfócitos B a eliminar infecções, sendo o primeiro alerta do sistema imune. Normalmente estas são as primeiras células a serem afetadas pelo vírus do HIV, sendo que em pacientes infectados o exame de sangue indica um valor inferior a 100/mm3​.

​Linfócitos CD8: diminuem a atividade de outros tipos de linfócitos e, por isso, encontram-se aumentados em casos de HIV estando acima de 1000/mm3.

Linfócitos citotóxicos: destroem células anormais e infectadas por vírus ou bactérias.

Porém, os testes do tipo de linfócitos, especialmente do tipo CD4 ou CD8, devem ser sempre interpretados por um médico para avaliar se existe risco de ter HIV, uma vez que outras doenças também podem provocar o mesmo tipo de alterações.

Assim, caso exista dúvidas sobre estar infectado pelo HIV deve se aconselhar o querelante a fazer o teste de laboratório que procura o vírus dentro das células do organismo.

 

1.1.1.1.2.2. Alteração dos resultados do hemograma.

É recomendável que para interpretar os resultados do hemograma completo é necessário consultar o médico que pediu o exame, pois nem sempre que existe uma alteração nos valores do exame significa que existe um problema de saúde. 

 

Quando há alguma alteração dos resultados do hemograma, é importante que o médico avalie o indivíduo, levando em consideração os sintomas que ele apresenta. Muitas vezes, apesar de haver alguma alteração ligeira num dos valores do hemograma, isto não representa necessariamente um problema de saúde.

 

1.1.1.1.2.3. Como interpretar o hemograma.

 

Para interpretar o hemograma devem-se observar seus resultados e verificar se os valores estão normais, alto ou baixo.

 

Algumas situações que poderemos encontrar no hemograma são:


1.1.1.1.2.4. Hemograma RDW.

A sigla RDW presente no hemograma significa Red Cell Distribution Width, que indica a variação do tamanho das hemácias. O Red Cell Distribution Width é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho) de hemácias representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. É obrigatória a sua mensuração para o estabelecimento do diagnóstico de Policitemia vera.

 

A policitemia é o aumento no número de hemácias ( também chamadas 'eritrócitos' ou 'glóbulos vermelhos') no sangue. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando nos deslocamos para regiões de elevadas altitudes, onde o ar é rarefeito (contendo pequeno teor de oxigênio). Nessa condição, o organismo através da liberação de um hormônio (ou hormona) produzido pelos rins - a eritropoietina -, estimula a produção de hemácias, num mecanismo de compensação para normalizar o transporte de oxigênio para as células. Nesse caso, temos a policitemia fisiológica.

 

ZAGO (2004) diz que é  a “doença mais comum entre os judeus askenazi”. A policitemia vera, ou policitemia rubra vera,  é um distúrbio mieloproliferativo crônico devido à anormal multiplicação clonal de uma célula progenitora hematopoiética pluripotencial na ausência de estímulo fisiológico reconhecível, em que ocorre sobreprodução sobretudo de eritrócitos, bem como de granulócitos e plaquetas de fenótipo normal. Entendemos que na policitemia vera (PV), as células que produzem glóbulos vermelhos (eritrócitos), mas também plaquetas e alguns glóbulos brancos (granulócitos) estão a trabalhar demais e sobrevivem demais. Assim, produzem mais células para o sangue do que deviam e impedem as outras células-mães (boas) de fazerem o seu trabalho.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/39/Polycythemia_vera%2C_blood_smear.jpg/A policitemia vera causa plaquetocitose, tendo como diagnóstico diferencial leucemia (ZAGO, Marco Antônio. et. al. Hematologia: fundamentos e prática. São Paulo: Editora Atheneu, 2004). Iconografia: Esfregaço de sangue de um paciente com policitemia vera.

http://www.explicatorium.com/images/quimica/ Fórmula de estrutura da  Fenilalanina.
Modelo molecular da Fenilalanina
Modelo molecular da Fenilalanina.

Acredita-se que uma mutação na região autoinibitória da tirosinoquinase (As tirosina quinases são proteínas responsáveis pela fosforilação de substratos protéicos, como por exemplo, enzimas) JAK-2 - que substitui a valina por

 

(***) fenilalanina - que é um dos aminoácidos essenciais ao ser humano, ou seja, não pode ser sintetizado pelo organismo humano e tem de ser adquirido através da dieta. É um composto natural que está presente em todas as proteínas. (V617F), causando ativação constitutiva da quinase, parece ter um papel central na patogenia da PV. JAK-2 é um membro de uma família da tirosinoquinase não receptora, evolucionariamente bem conservada, e serve como análoga da tirosinoquinase para os receptores da eritropoietina e trombopoietina.  

 

A alteração da conformação induzida nesses receptores após a ligação à (*) trombopoietina e (**) eritropoietina, ou e eritropoetina leva à auto fosforilação da JAK-2, fosforilação do receptor e fosforilação das proteínas envolvidas na proliferação, diferenciação e resistência celular a apoptose.

 

1.1.1.1.2.4.1. NOTA DO AUTOR.

(*) Trombopoietina é um hormônio glicoprotéico produzido pelo fígado e rins que regula a produção de plaquetas pela medula óssea. Ele estimula a produção e a diferenciação de megacariócitos, as células da medula óssea que se fragmentam em grandes números de plaquetas.

 

(**) Eritropoetina ou EPO é uma “hormona – em português brasileiro, é uma substância química específica fabricada pelo sistema endócrino ou por neurônios altamente especializados e que funciona como biossinalizador. O termo provém do grego ormao que significa evocar ou excitar” -, de glicoproteína que controla a eritropoiese, ou a produção de células vermelhas do sangue. É uma citocina - molécula de sinalização de proteína, para eritrócitos - glóbulos vermelhos, precursores da medula óssea. A EPO humana tem um peso molecular de 34 kDa(O símbolo “uma” para designar unidade de massa atômica ainda pode ser encontrado, apesar de não ser recomendado. Massas atômicas quase sempre são escritas sem unidades, ficando implícita “u”.  Na literatura sobre biologia moleculara e bioquímica, principalmente quando se faz referência a proteínas, o termo “Dalton” (símbolo Da) é usado. Por terem alto peso molecular as proteínas tem seus pesos dados em kilodaltons ou kDa, equivalente a 1000 Dalton). Também chamada de hemopoetina (Eritropoetina; substância do estômago e que age como um fator sobre a proteína alimentar a fim de produzir substância hematopoética semelhante ao princípio ativo do fígado), é produzida por fibroblastos intersticiais no rim em estreita associação com o peritubular capilar e túbulo epitelial tubular. Também é produzido em células perisinusoidais no fígado. Enquanto a produção hepática predomina no período fetal e perinatal, a produção renal é predominante durante a idade adulta. Além disso, a eritropoiese (É denominado eritropoiese o processo de produção de eritrócitos. Em humanos adultos, a eritropoiese ocorre na medula óssea, mas em fetos e situações especiais como anemias severas pode ocorrer em outros órgãos, principalmente no fígado e no baço), a eritropoietina tem também outras funções biológicas conhecidas. Por exemplo, ela desempenha um papel importante na resposta do cérebro à lesão neuronal. EPO também está envolvido no processo de cicatrização da ferida.

Lesão por hipóxia.pngOs níveis de eritropoietina no sangue são muito baixos na ausência de anemia, a cerca de 10 mU/ml.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/dc/Cynosis.JPG/ No entanto, no estresse hipóxico (Hipóxia significa baixo teor, concentração de oxigênio. Trata-se de um estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos cuja ocorrência é atribuída a diversos fatores. Ela pode ser causada por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde uma obstrução física do fluxo sanguíneo em qualquer nível da circulação corpórea, anemia ou deslocamento para áreas com concentrações baixas de oxigênio no ar), a produção de EPO pode aumentar cerca de 1000 vezes, atingindo 10000 mU/ml de sangue. EPO é produzido principalmente por células de revestimento capilar peritubulares do córtex renal, que são células epiteliais altamente especializadas. É sintetizada por células peritubulares renais em adultos, com uma pequena quantidade a ser produzida no fígado. Acredita-se que o regulamento conta com um mecanismo de retroalimentação medindo a oxigenação do sangue. Fatores de transcrição constitutivamente sintetizados ao EPO, conhecidos como fatores de hipoxia-induzível, são hidroxilados e proteossomal digeridos, na presença de oxigênio (Jacobson LO, Goldwasser E, Fried W, Plzak L(Março de 1957); Fisher JW, Koury S, Ducey T, Mendel S. (Outubro de 1996); Jelkmann, W. - 2007).

 

No nível celular a hipóxia causa, inicialmente, perda da fosforilação oxidativa e da produção de ATP pelas mitocôndrias, ou seja, inicialmente a hipóxia impede a célula de usar seu principal meio de obtenção de energia. A ausência de energia levará a uma série de mudanças metabólicas e morfológicas na célula, podendo levá-la à morte.

 

Inicialmente a atividade da ATPase Na+/K+ dependente é bloqueada, e isso leva à completa perda da homeostasia(bio processo de regulação pelo qual um organismo mantém constante o seu equilíbrio) iônica da célula, ocorre influxo de Na+ para o citoplasma e por osmose também ocorre entrada de água. Neste momento a célula se torna edemaciada, com bolhas na membrana plasmática, perda de micróvilos e desagregação de ribossomos do retículo endoplasmático rugoso.

 

Ao microscópio eletrônico são visíveis mitocôndrias também edemaciadas, com massas amorfas em seu interior quando a lesão evolui.  A ausência de ATP leva a inatividade da bomba de Ca++, e o aumento da concentração de Na+ leva à inatividade do trocador de Na+/Ca++, com isso há aumento da quantidade de Ca++ citoplasmático. No citoplasma o Ca++ é responsável por ativar enzimas autolíticas como proteolases, endonucleases e fosfolipases danificando completamente a célula.  A digestão da célula pelas próprias enzimas lisossômicas também é ajudada pela redução do pH citossólico, que decorre da intensa atividade glicolítica anaeróbica da célula em busca de energia. Esta via leva ao acúmulo de ácido pirúvico.

 

(***) A Fenilalanina - É um cristal branco ou pó cristalino, sem odor ou com um leve odor característico e com um sabor levemente amargo. Prontamente solúvel em ácido fórmico, frugalmente solúvel em água e praticamente insolúvel em etanol. Dissolve-se em ácido hidroclorídrico diluído. A Fenilalanina é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo, portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos.

 

É um composto natural que está presente em todas as proteínas (vegetais ou animais). O corpo humano necessita da fenilalanina, pois é uma parte integral de todas as proteínas do nosso corpo. Os humanos não conseguem sintetizar a fenilalanina, logo é um componente essencial da nossa dieta diária, sem ela o corpo não consegue funcionar.

 

A fenilalanina é encontrada no aspartame é um adoçante, substituto do açúcar, é muito utilizada em bebidas, principalmente refrigerante. Os alimentos ricos em fenilalanina são aqueles que contêm muitas proteínas, como carnes, peixes e leite e derivados. As pessoas com fenilcetonúria têm de controlar o consumo de fenilalanina, pois acumula esse aminoácido no organismo, o que leva a problemas como atrasos no desenvolvimento psicológico e convulsões. A fenilcetonúria é uma doença congênita sem cura, e o seu tratamento é feito evitando a ingestão de alimentos com fenilalanina. Esta doença é detectada no teste do pezinho e o seu tratamento precoce permite que as crianças cresçam sem outras complicações.

 

policitemia-vera Doença rara, policitemia vera não possui cura e seu tratamento é bastante complicado. É uma doença rara, maligna e que necessita de tratamento. O problema costuma surgir principalmente em homens de mais idade, mas também pode ocorrer com mulheres e pessoas mais novas. A doença age principalmente no sangue. Ela aumenta em demasia as células responsáveis pela produção de glóbulos vermelhos, alguns glóbulos brancos e até das plaquetas. Esse exagero de elementos no sangue pode acabar entupindo algumas veias.  Caso a região em que isso ocorra seja no cérebro, é possível que resulte em um acidente vascular cerebral, o derrame cerebral. A doença é bastante rara e costuma atingir principalmente homens acima dos 60 anos.

Pode ocorrer a policitemia fisiológica. Neste aspecto é desencadeada, por exemplo, quando mudamos nosso ambiente. Quando vamos para locais altos, com o ar rarefeito. Podemos, nessas circunstâncias, sofrer do mesmo problema. Já a policitemia vera, não se sabe ainda o que desencadeia a doença.

Embora não seja o objetivo deste trabalho, apresentar sintomas de patologias, vejamos:

 

1.1.1.1.2.4.2. Os principais sintomas.

A policitemia vera pode apresentar uma série de sintomas em decorrência da sua influência no sangue. Confira os sintomas.

 

        I.            Zumbidos;
      II.            Problemas visuais;
   III.            Hipertensão;
   IV.            Derrame visual;
      V.            Vermelhidão nos olhos;
   VI.            Vertigens;
 VII.            Dores de cabeça;
VIII.            Cansaço exagerado;
    IX.            Hemorragias nasais;
      X.            Trombose;
    XI.            Sangramento nas gengivas;
 XII.            Cálculos renais;
XIII.            Leucemia (em casos bastante raros);
XIV.            Sensação de queimação nas mãos e também nos pés;
 XV.            Dor nos ossos.

O Diagnóstico da policitemia vera pode ser feito com o exame hemograma, realizado. Esse teste mostrará se a hemoglobina, as plaquetas e outros fatores do sangue estão em níveis mais altos do que o normal. Em alguns casos, para confirmar a doença, pode ser preciso realizar uma biópsia da medula ou mesmo um mielograma.

 

O profissional da saúde realizará todos os exames necessários para garantir que os sintomas não estejam se confundindo com outra doença.

 

O tratamento, como o problema é o exagero de elementos no nosso sangue, é preciso controlar isso. Uma alternativa é a flebotomia terapêutica, que busca reduzir a quantidade de hemácias em nosso sangue, removendo doses diárias do mesmo.

 

Alternativa seria a quimioterapia, que eliminaria as células que produzem os glóbulos e plaquetas em quantidades exageradas.  Pessoas que não optarem pela realização do tratamento possuem uma expectativa de vida de 2 anos. Caso a pessoa opte pelo tratamento, a expectativa aumenta para 15 anos. Os tratamentos buscam diminuir a quantidade de elementos no sangue, que são frequentemente repostas pelo corpo.

 

A policitemia vera é uma doença maligna e muito séria. Não possui cura e por isso necessita de constante tratamento.

 

È necessário ficar atento nos caso do paciente sentir algum dos sintomas  é indicado que busque um acompanhamento profissional o mais rápido possível. Afinal como abordado aqui no texto, infelizmente a expectativa de vida não é muito alta.

 

1.1.1.1.2.5. Conclusão.

É importante entender que o hemograma completo avalia apenas os itens apresentados nos parágrafos anteriores.

É importante esclarecer que para avaliar outras condições de saúde é necessário solicitar exames específicos, que apenas o médico pode definir empós uma consulta.

 

Nesta linha de raciocínio, para avaliar Colesterol, é necessário a dosagem de colesterol e frações ou lipidograma; Diabetes, é necessário dosar a glicemia; Alterações no rim é necessário Ureia e Creatinina, dentre outros; Alterações no fígado: TGO, TGP, GGT, Fosfatase Alcalina, Bilirrubina total e frações, Coagulograma e Proteinograma, dentre outros.

 

No Volume I apresentamos as listas de exames em ordem alfabética. Como exemplos: Exames Clínicos em ordem - Letras “A” à “Z”.

 

1.2. Dúvidas frequentes quando dos exames.

 

Os alunos que ingressam em cursos diversos, além de medicina e farmácia, sempre apresentam em sala algumas dúvidas em relação alguns procedimentos realizados em Laboratório de Análises Clínicas.

O autor com a sua experiência como professor em Laboratório de Análises Clínicas recebe correspondência onde se apresenta muitas dúvidas, e as mais recorrentes são sobre exames, preparo para exames, e a mitologia criada ao longo do tempo, muitas por total falta de cognição em relação ao tema. Assim nesta primeira parte do trabalho monográfico apresentarei alguns pontos para visar dissipar as dúvidas.

 

 

 

 

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